Notícias
Professor da Faculdade Alfredo Nasser participa da reunião de antropologia do Mercosul



Entre os dias 22 e 25 de julho, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, ocorreu a XIII Reunião de Antropologia do Mercosul. A Faculdade Alfredo Nasser foi representada no evento pelo professor Dr. Júlio César Borges.
Perante pesquisadores de várias partes do Brasil e da América do Sul, o professor Júlio César discutiu o conceito de direito humano à alimentação a partir de um diagnóstico participativo, conduzido por ele em 2017, junto à comunidade quilombola de Brejo dos Crioulos, localizada no norte de Minas Gerais.
Os dados revelam que os/as quilombolas tinham pouca incidência sobre seu sistema alimentar. A maior parte dos alimentos vinha da compra nas cidades do entorno do território, para a qual o dinheiro era obtido de três fontes principais: trabalho assalariado na cafeicultura do Triângulo Mineiro; aposentadoria e programas de transferência de renda; serviços manuais e braçais nas fazendas e nas cidades próximas. Com isso, a comida que tinham sobre suas mesas não era aquela que consideram boa e saudável, nem tampouco a quantidade consumida era suficiente.
A discussão também abarcou os conceitos de processo alimentar, soberania alimentar e segurança alimentar. Ao final, se o direito humano à alimentação necessariamente remete à disponibilidade do alimento, em quantidade e qualidade suficientes, bem como o acesso a ele de forma sustentável, culturalmente adequada e de modo que não interfira na fruição de outros direitos humanos, ficou demonstrou que o caso de Brejo dos Crioulos era de violações de direitos.
A apresentação foi feita no Grupo de Trabalho nº 28 – Comer em sociedade: políticas, economias e simbologias do ato alimentar.
“O propósito da XIII RAM foi o de reunir antropologias de toda a América Latina, mas também integrar aquelas do continente africano, da Índia e de todas aquelas que encontram um lugar comum no chamado Sul Global. As agendas teóricas, metodológicas e de atuação têm sido cada vez mais definidas por debates críticos às formas de imperialismo que também moldam a academia como um todo e a antropologia em particular. Colocar em diálogo essas “antropologias do Sul” é um chamado ao fortalecimento, à luta comum, à criação e à consolidação de novas redes de colaboração, mas também de resistência e solidariedade”, explica o professor Júlio César.
Assessoria de Imprensa Unifan