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Acidente com o Césio 137 em Goiânia completa 35 anos e a Unifan fala sobre os impactos e lições



No dia em que o acidente radioativo com o Césio 137 em Goiânia completou 35 anos, o Núcleo de Pesquisa em Genética e Metabolismo Celular do Centro Universitário Alfredo Nasser realizou uma roda de conversas sobre o elemento químico, as lições e impactos do acidente radiológico depois de décadas. O evento aconteceu ontem (13/09) no auditório da instituição e contou com a presença dos palestrantes, Dr. Neimar Alexandre da Silva Lolli que falou sobre o tema: Medicina das radiações – pela visão do médico nuclear,  Drª Karla Cardoso Silva com o tema: Proteção Radiológica e MsC Elza Maria Gonçalves dos Santos, que explicou sobre Radioatividade e Genética.

A professora do ICS – Instituto Ciências da Saúde da Unifan e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Genética e Metabolismo Celular, Jaqueline Soares afirma que o evento teve o intuito de aproximar os alunos da importância perante ao uso de radioisótopos, uma vez que o acidente com o Césio 137, segundo a docente, foi desencadeado devido a falta de seriedade com o descarte final da forma correta do equipamento usado para realizar a Radioterapia. “Os profissionais da saúde estão sempre ligados na rotina laboratorial e precisam entender como manusear e administrar produtos e equipamentos dentro das clínicas e hospitais” diz a professora. 

O palestrante, Neimar Alexandre é professor da instituição no curso de Medicina, e trouxe na sua palestra as verdades sobre o Césio 137, desmistificando os mitos que cercam o assunto, por exemplo, que o elemento gera uma radiação visível (a pessoal fica brilhando quando exposta a radiação), explicou ainda a natureza das radiações, a diferença entre radiação e contaminação e outras dúvidas que são frequentes para os profissionais da saúde e para os pacientes.

Além de trazer a conversa para o lado profissional, os palestrantes também apresentaram os impactos que acontecem no genoma das pessoas que sofreram a contaminação pela radiação na época do acidente e as pessoas que trabalham com aparelhos radioisótopos.

O evento promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Genética e Metabolismo da Unifan gerou certificado de horas para os participantes. 

Relembre


No dia 13 de setembro de 1987, coletores de reciclagem de um Ferro Velho pegaram um equipamento de radioterapia abandonado onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, eles abriram a cápsula de Chumbo que continha Cloreto de Césio composto químico de alta solubilidade. O pó azul com brilho único chamava muita atenção e curiosidade, talvez essa tenha sido a causa do achado ter se tornado um dos maiores acidentes radioativos do mundo. A radiação contaminou centenas de pessoas direta e indiretamente, cerca de 110 mil pessoas foram monitoradas e 249 pessoas tiveram contaminação significativa, dados do Relatório do Acidente Radiológico em Goiânia da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 

14/09/2022
Assessoria de Imprensa Unifan