O Centro Universitário Alfredo Nasser, representado pelo Prof. Dr. Júlio César Borges, participou da viagem precursora do Projeto Rondon – Operação Lobo-Guará, no município de Nova Roma, região norte do Estado de Goiás.

Entre os dias 6 e 12 de novembro, foram realizadas reuniões com oficiais e técnicos do Ministério da Defesa, professores (as) de outras Instituições de Ensino Superior, gestores e técnicos municipais e representantes da sociedade civil local, com destaque para a comunidade kalunga da Família Magalhães.

O Unifan foi selecionado para participar do Projeto Rondon através de concorrência pública com outras instituições de ensino superior de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que apresentaram propostas de ações perante edital de chamamento. O projeto será executado pela Instituição com oficinas, palestras, minicursos e rodas de conversa sobre os temas da cultura, justiça e Direitos Humanos, educação e saúde.

Durante a viagem precursora em Nova Roma, foi confirmado o quadro de vulnerabilidade socioeconômica, político e cultural identificado na proposta de projeto aprovada pelo Ministério da Defesa. Além das carências materiais das desigualdades socioeconômicas, migração da população jovem à procura de emprego e ensino nas regiões metropolitanas de Brasília e Goiânia; baixa escolaridade da população em geral e, em particular, dos trabalhadores sob regime formal de emprego; baixos salários; trabalho infantil e exploração sexual das meninas e adolescentes, especialmente quilombolas kalungas; violação de direitos humanos; insegurança alimentar.

Esse quadro faz com que o município apresente um dos piores índices de desenvolvimento humano de Goiás. “Justamente, o que buscamos é contribuir com a transformação da realidade local de acordo com a Agenda 2030 das Nações Unidas”, é o que afirma o coordenador do Projeto Rondon pela Unifan, prof. Dr. Júlio César Borges. Ele ressalta que a Agenda 2030 das Nações Unidas prevê, como objetivos a serem buscamos por governos e sociedade civil, acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

“O Unifan foi escolhido porque demonstrou engajamento institucional com a superação destes problemas sociais, compreensão teórica e capacidade técnica em um projeto cuja qualidade convenceu o Ministério da Defesa”, ressalta o docente. Atuarão dois professores com doutorado na área de Ciências Humanas, sob a coordenação do Prof. Dr. Júlio César Borges, juntamente com estudantes, já selecionados (as) mediante processo seletivo público, dos cursos de Direito, Psicologia, Pedagogia e Medicina.

O Unifan atuará no chamado Conjunto A (Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde). No mesmo período, em Nova Roma, sua equipe vai cooperar com a do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), sob coordenação do Prof. Dr. Thiago Taham, cujo Conjunto B engloba: comunicação, meio ambiente, tecnologia e produção, trabalho. As atividades, concebidas segundo metodologia participativa, visam atender aos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Com isso, “teremos uma equipe multi e interdisciplinar capaz de contribuir com a formação dos estudantes como sujeitos engajados nas grandes questões contemporâneas, tal como preconizado na Política Nacional de Extensão Universitária”, sublinha o prof. Júlio César Borges.

A Operação Lobo-Guará será realizada, do dia 19 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023, em diversos municípios da região norte de Goiás.

O que é?

O Projeto Rondon, desenvolvido e coordenado pelo Ministério da Defesa, teve início no ano de 1967 com objetivo de levar ações de extensão universitária para regiões isoladas da Amazônia. Em sua primeira operação (Operação Zero ou Piloto), contou com trinta alunos e dois professores de universidades do Estado do Rio de Janeiro que realizaram ações de extensão em Rondônia. Sua primeira fase durou até o ano de 1989. No ano de 2005, foi retomado e ampliado para outros territórios marcados pela vulnerabilidade social. Até o presente já realizou, segundo dados do Ministério da Defesa, oitenta e duas operações, em 1.213 municípios de vinte e quatro unidades da federação, com a participação de 2.306 instituições de ensino superior e 22.896 rondonistas  (universitários e professores), alcançando cerca de 2 milhões de pessoas. O Projeto conta com parceria do Ministério da Educação, o Ministério da Cidadania, o Ministério da Saúde, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria de Governo da Presidência da República, além dos Governos Estadual e Municipal e Instituições de Ensino Superior reconhecidas pelo Ministério da Educação. Tem como objetivos gerais contribuir para o desenvolvimento e o fortalecimento da cidadania do estudante universitário e com o desenvolvimento sustentável, o bem-estar social e a qualidade de vida nas comunidades carentes, usando as habilidades universitárias. Para mais informações: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/projeto-rondon